A noroeste de Minas Gerais, na charmosa cidade de Paracatu, a COOPERFRUTA existe e resiste há pouco mais de dois anos. Originada da Associação de produtores da região, a cooperativa conta com 36 associados, e foca sua produção e comércio na polpa de frutas regionais. Quem conta a história da COOPERFRUTA é seu presidente Expedito Monteiro, 38, agrônomo e engenheiro ambiental.

Expedito, conta pra gente um pouco da história da COOPERFRUTA... Quando ela foi fundada?

A COOPERFRUTA foi fundada em 2013 com a necessidade de transformar a nossa Associação em cooperativa, com os recursos que a gente tinha da Votorantim. A Associação existe desde 2000. Começamos a trabalhar em 2003 com o PAA e em 2008 com o PNAE. E os principais produtos da nossa associação são a farinha, mandioca, canjica, rapadura, arroz, feijão, hortifrúti em geral. Da cooperativa são polpas de frutas típicas da nossa região: maracujá, goiaba, acerola, caju, tamarindo e manga.

Faz poucos meses que vocês foram inseridos dentre as cooperativas assessoradas pelo Projeto Mais Gestão. O que vocês já sentem do projeto?

Tem pouco tempo que a gente entrou no Mais Gestão. Mas nesse pouco tempo a gente já sentiu que temos mais possibilidades por causa do projeto. Novas portas estão se abrindo. Já fizemos um contrato com a Central do Cerrado no Distrito Federal, participamos da Rodada de Negócios em Uberlândia... Então para a nossa cooperativa, que só tem dois anos que está funcionando e dois meses que está produzindo, isso é muito importante. Além de ser a primeira vez que estamos tendo um pessoal nos orientando para a gestão.

Qual é a importância da Agricultura Familiar para a região de Paracatu?

O produto da Agricultura Familiar é muito importante porque ele desenvolve o local. Se a gente consome algo da Agricultura Familiar, a gente ajuda a desenvolver aquela região, e dá oportunidade para o produtor colocar seu produto no mercado. Então essas políticas institucionais de comprar 30% da Agricultura Familiar são muito importantes para a gente porque o dinheiro fica no local. A gente aumenta a capacidade do produtor e em consequencia a gente melhora as condições de toda a região. 

E quais são os principais desafios da COOPERFRUTA?

A gente ainda precisa fomentar e melhorar a condição do produtor, que muitas vezes não tem recursos para investir na sua produção. Este é um dos desafios. Mas isso vai acontecendo aos poucos, porque o produtor já está vendo que o que ele produz tem saída e dá retorno. Ainda existe uma resistência contra a Agricultura Familiar, mas a gente vê que a cada ano que passa isso vai melhorando. O pessoal começa a ver o produto da Agricultura Familiar como de maior qualidade, com menos defensivos agrícolas. Então, tem tudo para dar certo. E a gente consumir o que a gente produz é muito bom.