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Comunicar para contar nossa própria história

Publicado em 20 de Abril de 2017 às 19:19

Comunicar para contar nossa própria história

Trinta jovens geraizeiros e geraizeiras de diversas comunidades do território do Rio Pardo, Norte de Minas Gerais, estiveram reunidos no primeiro módulo da oficina de comunicação popular durante os dias 18 e 19 de abril na Escola Família Agrícola Nova Esperança, em Taiobeiras. Neste primeiro encontro, os participantes debateram princípios e técnicas da fotografia. 


João Roberto Ripper, fotógrafo brasileiro com reconhecida atuação na documentação de Povos e Comunidades Tradicionais pela defesa de direitos, focalizou o espaço com o apoio de Josy Malhães, fotógrafa formada pela Escola de Fotógrafos Populares do Rio de Janeiro. Com sensibilidade e firmeza, Ripper tratou das principais questões envolvidas na comunicação popular: comunicação como direito de todos, luta contra estereótipos,  empoderamento e bem querer. "Essa oficina que a gente dá é um trabalho em conjunto com as organizações sociais que atuam nos territórios", comenta Ripper. "Trabalhamos principalmente como comunicar com denúncia mas também relatando a beleza da vida destas comunidades, onde eu vejo sempre essa doce teimosia de ser feliz".


Além de debates, a programação contou ainda com orientações técnicas e exercícios práticos de fotografia, quando os participantes puderam experimentar o trabalho de fotógrafo, criando e editando seus materiais. Valdir Dias, jovem geraizeiro da comunidade de Água Boa II, já participou de outras oficinas e conta como este aprendizado contribuiu para sua vida: "Antes eu não gostava muito de fotografar, de divulgar. Quando fiz a oficina comecei a trabalhar nisso e aos poucos estou melhorando. E eu sei que o que eu faço não é bom só para mim, fica para toda a comunidade".

 

 

"A oficina de comunicação popular geraizeira tem o intuito de aproximar os jovens das lutas e ações das suas comunidades", contextualiza Anna Crystina, colaboradora do CAA/NM. A oficina está inserida na dinâmica de trabalho do Projeto Bem Diverso executado pelo CAA/NM, que tem como objetivo fortalecer a salvaguarda da sociobiodiversidade do Cerrado por meio de ações diretas no âmbito da produção, pesquisa, infraestrutura e formação. Um dos objetivos da oficina é que os jovens formados possam colaborar na comunicação das ações desenvolvidas nas comunidades, exercendo o trabalho de dar visibilidade às suas histórias e modos de vida.


No próximo módulo, previsto para maio, o debate será sobre linguagens e potencialidades das mídias sociais. Até lá, todos os participantes da oficina tem um dever de casa: contar a história de suas próprias comunidades em ensaios de fotos e textos que relatem a beleza das origens e do dia a dia dos territórios tradicionais.

 

 

Projeto Bem Diverso

Fruto da parceria entre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), o Projeto Bem Diverso tem como objetivo principal a conservação da biodiversidade em paisagens de múltiplos usos por meio de um arcabouço fortalecido de uso e manejo sustentável de Produtos Florestais não madeireiros (PFNMs) e Sistemas Agroflorestais (SAFs). Seu público alvo são agricultores familiares e comunidades tradicionais, grupos cuja sobrevivência e geração de renda dependem da biodiversidade. 


Postado por: Cibelih Hespanhol Torres
Editado por: Cibelih Hespanhol Torres