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“Unificação do processo de resistência”

Publicado em 2 de Maio de 2018 às 18:28

“Unificação do processo de resistência”

Qual será o marco desses 15 anos completos de luta e resistência por meio do Acampamento Terra Livre?

Nós percebemos que o momento é de crise, momento de retrocesso, mas nós precisamos fazer dele uma potência. E, nesse sentido, para garantir plenamente o direito dos povos indígenas, tem que ser pela inserção e participação direta, na disputa parlamentar e do próprio congresso nacional, assim como na gestão de uma pré-candidatura.

Hoje, quando os povos indígenas resolvem lançar uma pré-candidatura, não é propriamente uma ousadia, mas uma resposta ao Estado brasileiro que negou mais de 518 anos de direitos dos povos indígenas. E no Acampamento Terra Livre é momento de unificação do processo de resistência e de convergir energia para este momento. A estratégia de luta, como diz Sônia (Guajajara), não tem plano A, plano B. Ou a gente unifica esse processo de luta, ou nós vamos ser diluídos nesse processo.

Então, o Acampamento Terra Livre deste ano é muito representativo por se afirmar como uma potência muito grande, principalmente no que tange o lançamento das pré-candidaturas para deputado federal. Os povos indígenas têm muito a contribuir com as questões da espiritualidade, e lançar esse momento de disputa também quer dizer que nós, povos indígenas, também temos que ser levados a sério, e para isso, é preciso que parem de nos matar. Que parem de nos matar, principalmente, de forma coletiva, porque quando negam o nosso território, estão nos matando coletivamente.  

Como o movimento indígena percebe este momento político em que vive o nosso país?

O movimento indígena se posiciona diante da atual conjuntura desconjuntada que nós vivemos e também repudia qualquer retrocesso contra a democracia brasileira. E acredito que, pra gente realmente ter uma democracia, nós vamos ter que recuperar a democracia. E recuperar a democracia é garantindo dignidade aos povos, aos vários movimentos sociais, seja movimento dos sem teto, de trabalhadores, movimento indígena, movimento quilombola. Não existe democracia se o povo não tem poder de fala, se não tem lugar de fala, e se esse lugar de fala não é escutado.

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Postado por: Paula Lanza Barbosa
Editado por: Paula Lanza Barbosa