Publicado em 16 de Outubro de 2015 às 17:52
O I Encontro Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais aconteceu entre os dias 13 e 15 de outubro em Belo Horizonte, Minas Gerais. Cerca de 150 pessoas - entre povos indígenas, quilombolas, geraizeiros, extrativistas, faiscadores, garimpeiros, ribeirinhos, veredeiros, povos de matriz africana, ciganos, apanhadores de flor, congadeiros, artesãos, pescadores, povos de circo, vazanteiros e catingueiros - estiveram presentes, e cantaram juntos "todo povo, um só" na mística de abertura do evento. Também estiveram presentes representantes da Fundação Ulisses Guimarães, do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Ministério Público Federal, Comissão dos Direitos Humanos da ALMG, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, e Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania.
Na mesa oficial de abertura, Makota Célia Gonçalves, representando a sociedade civil, lembrou a necessidade de se enfrentar a concepção conservadora do estado de Minas Gerais: "Nós sabemos que é um estado que tem um histórico de não ver seus povos em sua humanidade. E os povos pedem para que se olhe para eles e os respeite", disse, dirigindo-se aos representantes de secretarias estaduais: "Queremos a titulação das terras de quilombo, a garantia de terras indígenas, o reconhecimento da forma de se organizar dos ciganos. Secretários, vocês tem a tarefa árdua de lidar com uma sociedade racista, classicista, com privilégios históricos. Mas se o estado propôs essa discussão, e nos chamou para estar aqui, conte conosco".
Em dois dias de reunião, o Encontro cumpriu seu objetivo ao selecionar os representantes para a Comissão Estadual de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, que tomou posse na tarde de quarta-feira (14), no Auditório JK da Cidade Administrativa de Belo Horizonte. O papel da Comissão, que também conta com 17 representantes do governo, é fiscalizar ações, propor políticas públicas e construir em conjunto o Plano Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais.
É necessário reforçar a importância da Comissão Estadual para os povos tradicionais e, em especial, para os sete povos do norte de Minas – geraizeiros, veredeiros, vazanteiros, indígenas, quilombolas, apanhadores de flor, catingueiros. “Estamos atuando há muito tempo de forma regional, e agora surge essa nova oportunidade de diálogo”, reforça Braulino Caetano, diretor geral do CAA/NM. “A Articulação Rosalino entende que é um espaço interessante, e se dispõe a oferecer a assessoria e acompanhamento necessários aos povos para que ocupem corretamente a Comissão, cumprindo o papel de diálogo com o governo de Minas Gerais”.
Integram a Comissão Estadual de Povos e Comunidades tradicionais de Minas Gerais:
Garimpeiros e faiscadores: Titular: Flavio Rodrigues/Suplente: Geraldo Antonio da Cruz;
Veredeiros: Titular: Jaime Alves dos Santos/ Suplente: João Batista Magalhães
Indígenas: Titular: José Terêncio Braz/ Suplente: Anália da Silva
Indígenas: Titular: Hilário Franco/ Suplente: Analice Moura
Catingueiros: Titular: Deyvisson Rocha/ Suplente: Maria Helena Santos
Vazanteiros: Titular: Cícero de Lima/Suplente: Lélia de Souza
Apanhadores de flor: Titular: Maria de Fátima Alves/ Suplente: Andreia dos Santos
Geraizeiros: Titular: Orlando dos Santos/ Suplente: Joeliza Brito
Artesãos: Titular: Andrea Aparecida Felipe
Matriz africana: Titular: Makota Celinha/ Suplente: Mãe Rita de Cássia
Matriz africana: Titular: Pai Ricardo de Moura/ Suplente: Maria Luiza
Quilombolas: Titular: Sandra Maria /Suplente: José dos Passos
Quilombolas: Titular: Darci de Menezes / Suplente: Cassia Silva
Congadeiros: Titular: Helio de Souza / Suplente: Marcio Miguel
Povos de circo: Titular: Sula /Suplente: Jonas
Ciganos: Titular: Carlos Amaral
Pescadores: Titular: Rogério da Conceição /Suplente: Maria Aparecida
Postado por: Cibelih Hespanhol Torres