Publicado em 31 de Outubro de 2017 às 17:05
Guardiões e Guardiãs de Sementes se reuniram com o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (27), no Solar dos Sertões, em Montes Claros, para refletir sobre as ações no atual contexto de escassez de água, mudanças climáticas e desafios políticos. A conversa que iniciou na manhã da quarta-feira (25), se consolida como um momento de refletir as ações da Rede e planejar as próximas atividades nas comunidades e também na Casa de Semente Regional, que está localizada na Área de Experimentação e Formação em Agroecologia - AEFA.
Eliseu José de Oliveira, diretor geral do CAA-NM, explicou que o encontro foi para organizar as ações da Rede de Guardiões e Guardiãs, pensando na atuação com parceiros. “Acho que essa conversa é para realmente identificar tudo que envolve a Rede, a importância dela e o que temos que empenhar daqui pra frente”, explica Eliseu, que completa reafirmando o papel da instituição junto aos agricultores e a construção que parte de seus anseios: “O CAA é uma instituição criada pelos agricultores e agricultoras, é deles, e são deles que precisam partir as demandas.”.
Cristovino Ferreira Neto, guardião de sementes do município de Riacho dos Machados, conta que o momento pede, mais do que nunca, ações que pensem na proteção de sementes crioulas. Para o agricultor, independente do clima ou das condições da região, o guardião sempre vai se preocupar com o processo de multiplicação, armazenamento e preservação da agrobiodiversidade, mas chama atenção para o agronegócio e para o avanço das sementes transgênicas. “As grandes empresas não estão preocupadas em alimentar o país eles tão preocupados em ganhar dinheiro. Pensar estratégia para conviver com o clima, não é o único desafio, não é só o clima é com o transgênico também.”, diz.
“Nós vivemos em um ambiente de disputa e se a gente não se organizar a gente perde”, afirma Elisângela Aquino, guardiã e vice-diretora do CAA-NM. Para a guardiã, a articulação em rede é o que fortalece as ações no Norte de Minas e em todo o semiárido. A guardiã ainda explica que com o pensamento conjunto e a partir das trocas entre os guardiões as ações se fortalecem e a resistência aumenta.
Eliseu de Oliveira, explica que há muita gente envolvida nas ações que preservam esse patrimônio da humanidade. Para ele é preciso estreitar contatos: “Nós temos muita gente e temos que identificar e ampliar a nossa comunicação. Nós somos multidões, nós somos agroecológicos.”, afirma.
Durante o encontro, os guardiões refletiram como está a articulação da Rede de Guardiões e Guardiãs da Agrobiodiversidade, no Norte de Minas. Segundo eles foram feitas rodadas de visitas em casas de sementes comunitárias, com a realização de testes de transgênicos e também iniciou-se o processo de separação de sementes para serem armazenadas na Casa Regional.
Os Guardiões vêm reconhecendo a importância de se envolverem mais na organização da casa situada na AEFA e como uma das sugestões de encaminhamento da reunião, foi que se discuta a possibilidade dos agricultores e agricultoras fazerem visitas regulares à Área para acompanhamento.
Postado por: Paula Lanza Barbosa
Editado por: Paula Lanza Barbosa