O segundo sábado de janeiro foi de organização para os Geraizeiros. Pessoas de diversas comunidades se encontraram em Novo Horizonte para relembrar o ano de 2016 e se organizarem para enfrentar os desafios de 2017. Além dos membros do Movimento Geraizeiro, estiveram presentes colaboradores do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas e lideranças da Igreja Católica.

Para o assessor jurídico André Alves de Souza, o momento é de “avaliar as nossas metodologias”. André relembrou o surgimento e fortalecimentos dos movimentos sociais após o período de ditadura e avaliou que as estratégias de antes já não são suficientes para enfrentar o cenário colocado atualmente.

“Esse golpe vai barrar muitos avanços que a gente estava tendo. O que a gente questiona e é contra é um processo democrático de 54 milhões de votos ser desrespeitado e ser instituído um processo de poucos por pessoas que estão com interesses bem claros, como o da mineração, dos monocultivos, que são bancadas que não dialogam com a gente”,  afirma Samuel Caetano, colaborador do CAA/NM, ao relembrar os acontecimentos do ano de 2016. Segundo ele, o cenário político do ano passado deixou consequências tanto no campo social quanto econômico.

O momento foi marcado por pensar os passos econômicos do Movimento Geraizeiro. Orlando dos Santos, geraizeiro, ressaltou a importância de todos se articularem para construir um fundo para custear as atividades do movimento. “No momento nós temos que seguir nossos próprios trilhos. Não é todo dia que nós vamos achar alguém para nos guiar e se nós não começarmos isso agora, vamos ficar para trás”, disse.

Trocar experiências para fortalecer a luta também foi pauta na reunião Geraizeira. Eliseu José de Oliveira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Pardo de Minas e do CAA/NM, levantou a importância de olhar mais para a comunidade e encontrar maneiras de resistência aos cenários colocados. “A gente precisa olhar mais para a comunidade e ver como cada agricultor está se organizando para poder resistir e continuar vivendo mesmo com todas essas incertezas”.

O Movimento Geraizeiro é um movimento autônomo de comunidades, que busca atuar em redes apoiando os povos e comunidades tradicionais nos seus processos de lutas para retomar e consolidar seus territórios.