Publicado em 19 de Maio de 2015 às 16:19
O Intercâmbio Tupiniquim - Guarani – Xakriabá foi realizado entre os dias 05 a 07 de maio, na AEFA - Área de Experimentação e Formação em Agroecologia, em Montes Claros. Estiveram presentes os indígenas Tupiniquins, Guaranis e Xakriabá, servidor da FUNAI, consultor do projeto GATI, técnicos do CAA e da cooperativa Grande Sertão.
O intercâmbio deu início à sua programação na terça-feira (5), com uma mística de abertura. Braulino Caetano esteve presente, representando a coordenação do CAA, e lembrou os trabalhos realizados na área de agroecologia em terras indígenas e comunidades tradicionais. Pela tarde, os participantes visitaram a unidade pedagógica de produção agroecológica da AEFA, levantando debates sobre práticas de produção de alimentos e conservação das sementes crioulas.
Na quarta-feira (6), a visita foi na unidade de beneficiamento de frutas da Cooperativa Grande Sertão. No local, foi construído um momento de diálogo sobre a história e experiência da cooperativa, ressaltando o protagonismo comunitário. Além disso, foram debatidos temas como produção agroecológica, processamento de frutas, comercialização, uso e manejo da agrobiodiversidade.
Na quinta-feira (7), último dia do intercâmbio, os tupiniquins e guaranis participaram de uma roda de conversa sobre o trabalho dos guardiões de sementes. Como encaminhamentos, foi sugerido um intercâmbio no território Xakriabá, com o intuito de conhecer como esta aldeia vem realizando seu trabalho com sementes, e a realização de levantamentos orientados para o desenvolvimento de bancos de conservação nos territórios indígenas.
Para seu Waltinho, liderança da aldeia Barreiro Preto, no Xakriabá, o intercâmbio trouxe informações claras e de muita profundidade. “O jeito de passar a informação foi simples, do jeito do caboclo da roça. A gente vê que o pessoal aqui é da roça mesmo, é da luta. E isso para nós, Xakriabá, é bom demais. A gente espera que os outros parentes aqui também tenham gostado, e também passem para frente tudo o que aprendemos. Com certeza toda tribo precisa dessa força, dessa orientação, para tocar a vida”. Deusdete de Sousa, indígena tupiniquim do município de Aracruz – Es, também avaliou positivamente o intercâmbio: “conhecer tudo isso era um sonho da gente, que foi cumprido. Agora o outro sonho é levar isso para as comunidades, fazer um trabalho de conscientização. Vai ser um trabalho de formiguinha, mas a gente tem certeza que tudo vai dar certo.”
Postado por: Fabiano Cordeiro César
Editado por: Helen Dayane Rodrigues Santa Rosa