Logo CAA Original

Conteúdo disponibilizado pelo CAA/NM


Exceto quando indicado, o conteúdo desse website está licenciado sob a licença internacional
Creative Commons Versão 4.0 creative commons

Visite o nosso site: www.caa.org.br
Troca de experiências entre comunidades fortalece ações de convivência com o Semiárido

Publicado em 1 de Novembro de 2019 às 15:52

Troca de experiências entre comunidades fortalece ações de convivência com o Semiárido

Foi realizado no dia 30 de outubro, um intercâmbio com as famílias beneficiárias do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que promove o acesso à água para consumo, para produção livre de agrotóxicos e cuidado animal. A atividade levou agricultores e agricultoras das comunidades de Santa Luzia e Caxambu, de São João da Ponte, e as comunidades de Canafístula, Pajeú e Rio dos Cocos, de Porteirinha, para conhecerem experiências em Janúaria. 

“O objetivo da visita é levar os agricultores e agricultoras para fazerem o diálogo e realizarem a troca de experiência, usando as práticas que foram trabalhadas nas oficinas. Isso possibilita que os agricultores conheçam outras experiências para estarem replicando em suas comunidades, gerando alimentação de qualidade e renda as famílias”, informou o coordenador do P1+2, Alisson Fonseca. 

A primeira visita aconteceu na Escola Estadual Antônio Correia e Silva, beneficiada pelo programa Cisterna nas Escolas, localizada na Comunidade Quilombola de Alegre, distrito de Riacho da Cruz, no município de Januária-MG. Atualmente a escola trabalha com dez comunidades da região e possui educação infantil, ensino fundamental e médio. 

O diretor da escola, Odair Nunes de Almeida, conta que o objetivo de ensino é mostrar a cultura e educação do campo voltado para as comunidades do Território Remanescente de Quilombola, contextualizando com que os alunos fazem em sala de aula com a prática. Além de realizar trabalhos voltados para a produção agroecológica, orgânica, através da horta, cuidado com as galinhas, peixes, minhocario, viveiro de mudas e compoteiras. 

“Um dos motivos que nos leva a isto é que somos beneficiados pelo programa Cisterna nas Escolas e nós ganhamos um reservatório de 52 mil litros, e isso contribui muito para que possamos guardar água chuva e termos uma água potável e saudável”, disse. Odair ainda conta que a escola possui uma outra tecnologia que armazena água para cuidar da horta e o pomar: “Aqui a gente tem o trabalho de conscientização de reaproveitar toda a água, da ducha dos ar-condicionado e tudo que é água que nós podemos reaproveitar". 

Durante a visita o grupo conheceu o trabalho que a escola realiza com as produções agroecológicas e orgânicas, visitaram as salas de aula, biblioteca e outros setores da escola, além disso, os alunos fizeram apresentações culturais. 

O impacto das tecnologias sociais na vida das famílias do Semiárido 

Dando continuidade a visita, o grupo conheceu o quintal produtivo, de Eliene Rodrigues da Mota na comunidade de Barreiro do Alegre município de Januária-MG.  

Beneficiada pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e P1+2, Eliene já participou de intercâmbios e levou saberes de outras comunidades para o seu quintal. Sobre o acesso à água, Eliane contou que antes tinha que buscar água de poço para beber e fazer comida, mas muitas das vezes, mesmo filtrada, a água não era de boa qualidade. Com as tecnologias de captação de água de chuva, a mudança foi visível: hoje Eliane e a família tem água de qualidade para beber e produzir. 

O intercâmbio, possibilitou que as famílias pudessem conhecer quintais produtivos, sistema de reaproveitamento de água e aprenderam técnicas para cuidar do solo com o uso de defensivos naturais e rotação de culturas. A agricultora, Jakeline Cardoso Souza, moradora do município dos Cocos em Porteirinha MG, fala que desde pequena cuidava juntamente com o pai da horta e dos animais e que essas experiências ajudam na hora de planejar a horta. 

“Tudo que a gente aprende eu repasso para meus pais e para a comunidade toda, essa experiência foi muito boa e que tenha mais projetos assim para ajudar a gente que vem do semiárido, para que tenhamos um semiárido mais verde e cheio de vida”, disse. 

 


Postado por: Indinayara Francielle Batista Gouveia