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Sabedoria dos Guardiões de Sementes do Norte de Minas é tema de matéria no Fantástico do próximo domingo

Publicado em 4 de Janeiro de 2014 às 15:14

Sabedoria dos Guardiões de Sementes do Norte de Minas é tema de matéria no Fantástico do próximo domingo

 Helen Santa Rosa

Homens e mulheres que herdaram dos avós e pais o ofício de guardar e melhorar sementes, e que além de alimentos, carregam histórias e culturas. Comunidades, grupos e famílias que, por amor à vida, conservam sementes para esta geração e para as futuras, com profundo sentimento de cuidado com a natureza. São eles e elas, os guardiões e guardiãs da agrobiodiversidade, que tiveram suas histórias retratadas pela equipe do Fantástico. A reportagem do jornalista Marcelo Canellas vai ao ar no dia 05 de janeiro e contou com a produção de Ana Pessoa, imagens de Lúcio Alves e áudio de Diogo André.

A prática de resgatar, cuidar e melhorar as sementes tradicionais dos camponeses foi abordada a partir de diferentes estratégias. Com o Grupo Extrativista do Cerrado, no Assentamento Americana, município de Grão Mogol/MG, a equipe conheceu a experiência dos agroextrativistas com as plantas do cerrado, coletando sementes e ajudando a enriquecer o bioma. Na Terra Indígena Xakriabá, município de São João das Missões/MG, o trabalho de resgate das variedades de sementes perdidas é realizado na Escola Indígena, envolvendo jovens  e anciãos que dialogam na identificação e multiplicação das sementes tradicionais. Na Casa de Sementes Comunitária do Geraldo Gomes, no município de Serranópolis de Minas, a equipe de reportagem presenciou as estratégias de conservação, multiplicação e coleção de sementes. “Eu aprendi com o meu pai a plantar a roça aos sete anos,  e ele com o meu avô. Antes eles guardavam as sementes no paiol e na própria roça. Mas esse amor pelo cuidado com as sementes eu aprendi foi com eles”, relata Geraldo Gomes, guardião de sementes do município de Serranópolis de Minas.

 

O jornalista Marcelo Canellas afirma que a expectativa é dar visibilidade à sabedoria desses camponeses, muitas vezes invisibilizados e esquecidos. “É impressionante a vitalidade cultural dos camponeses, a capacidade de articulação, o resgate de uma tradição que se concretiza na rotina diária do seu sustento. Chama muita atenção à capacidade que eles tem de refletir sobre isso e entender esse processo não só de como guardar sementes, mas de recuperar sua própria identidade”, relata. Canellas reforça ainda que “o papel do jornalista é sempre de iluminar assuntos invisíveis, ou porque as pessoas estão cansadas ou porque têm preconceito. Existem iniciativas que estão à margem realmente da discussão sobre o que é notícia e o que não é. O papel do jornalista é jogar uma luz sobre esses assuntos que às vezes estão carentes dessa iluminação. É o caso desses agricultores que estão na contramão da indústria de produção de sementes e acabam sendo marginalizados inclusive pela gente. Devemos fazer uma autocrítica e ver que eles são notícia, são assuntos que geram temas importantes para discussão em sociedade”. 


Editado por: Helen Dayane Rodrigues Santa Rosa