Quilombolas e Vazanteiros retomam seu território tradicional em Matias Cardoso
Quilombolas e Vazanteiros retomam seu território tradicional em Matias Cardoso

Quilombolas e Vazanteiros retomam seu território tradicional em Matias Cardoso

Por Helen Dayane Rodrigues Santa Rosa
Editado por Cibelih Hespanhol Torres

Publicado em 6 de Julho de 2015 às 18:39

*** Texto retirado de nota divulgada pelo Vazanteiros em Movimento

Na madrugada do dia 05 de julho, 165 famílias da Comunidade Quilombola de Praia, oriundas das localidades de Canabrava, Vereda, Porto de Manga, Ilha da Curimatã e Praia, retomaram seu território tradicional no município de Matias Cardoso-MG. A área corresponde à Fazenda Vila Bella, que tinha sido arrendada pelos Diários Associados de Minas Gerais ao fazendeiro João Evangelista Dourado, conhecido na região como João Preto.

A retomada também foi uma forma de protesto contra a degradação ambiental na região, que há anos promove desmatamentos de mata seca e captação criminosa da água do rio São Francisco. Denúncias relacionadas a estes casos já foram afirmadas pela Articulação Rosalino de Povos e Comunidades Tradicionais e pelos Vazanteiros em Movimento junto à SEMAD, SEDA, SEGOV e também junto ao CIMOS. Mas apesar das denúncias, a degradação ambiental não parou. E a situação levou as comunidades a optarem por uma resposta drástica.

 

Histórico do território retomado

O  território tradicional  das comunidades foi expropriado inicialmente pelas fazendas e empresas que os expulsaram para as ilhas e margens do rio São Francisco. Por volta dos anos 80, a política econômica do Governo de Minas e da União viabilizou ainda a implantação do Projeto Jaíba, provocando o desmatamento de mais de duzentos mil ha de Mata Seca. Como política de compensação ambiental, 173.600 ha foram transformados em unidades de conservação, sendo 79.000 ha como unidades de proteção integral. Esta medida também afetou áreas assentadas sobre territórios remanescentes das comunidades tradicionais.

Neste contexto, as comunidades quilombolas e vazanteiras passaram a viver cada vez mais em pequenos espaços, cercadas pelos parques estaduais e encurralados pelos grandes empresários com projetos de irrigação da banana e criadores de gado. Enquanto as comunidades viviam penalizações por órgãos ambientais, os grandes empreendimentos tinham seus licenciamentos facilitados e fiscalizações, muitas vezes, omitidas.

Há muitos anos essas famílias vêm denunciando e clamando pela Justiça diante da negação de seus direitos e da violência com que são tratados. Soma-se a tudo isto o uso indiscriminado dos  agrotóxicos pulverizados na produção da banana, que vem causando vários problemas de saúde para os trabalhadores e as famílias que vivem nestas comunidades.

 

Solicitação das comunidades

A Comunidade Quilombola de Praia e os Vazanteiros em Movimento solicitam a imediata intervenção do Ministério Público Federal, do INCRA, da CIMOS, e dos órgãos do Estado de Minas Gerais para que enviem uma força tarefa à Matias Cardoso no sentido de proteger as famílias acampadas e impedir que ocorra uma outra chacina - como a que ocorreu no Quilombo dos Nativos do Arapuim em janeiro de 2014.

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