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Programa de Formação de Jovens provoca o protagonismo da juventude no Norte de Minas

Publicado em 1 de Março de 2019 às 12:02

Programa de Formação de Jovens provoca o protagonismo da juventude no Norte de Minas

Por: Indi Gouveia e Nívea Martins

Estimular os jovens a refletirem a sua própria realidade e incentivar ações de protagonismo em comunidades rurais, são ações estratégicas de sucessão e conscientização de saberes tradicionais em diálogo com as transformações dos modos de vida e projeção do futuro.

Desde 1993 o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas – CAA-NM e parceiros promovem na região o Programa de Formação de Jovem – PFJ, projeto que tem como principais objetivos construir espaços de formação que contemplem e dialoguem com as agri-culturas e lutas dos povos e comunidades tradicionais.

O Programa é realizado através de módulos com temáticas que envolvem discussão e práticas agroecológicas e reconhecimento e luta por direitos de Povos e Comunidades Tradicionais, tendo como participantes jovens de diferentes localidades do Norte de Minas, que se reúnem em um espaço que estimula trocas, conscientização sobre a diversidade e fortalecimento cultural.

“A partir do momento que a gente conhece outras culturas, o conhecimento da gente aumenta e a gente aprende a dar valor a nossa. O curso também é muito importante para a questão agroecológica, porque hoje com o agronegócio avançando, a agricultura familiar acabou ficando um pouco de lado e esse curso é importante para dar uma retomada e poder mostrar aos jovens que essa agricultura é importante para o nosso meio de existência, para a nossa sobrevivência e para se ter uma qualidade de vida melhor.”, conta Erica Leles, jovem catingueira, participante da VIII turma do Programa de Formação de Jovens que começou e 2018 e finaliza no ano de 2019.

Durante o programa os jovens são estimulados a fazerem atividades intermodulares, são nessas atividades que a juventude tem a oportunidade de colocar o que foi aprendido em cada módulo em prática nas suas comunidades. “O curso está sendo muito bom, porque está trazendo mais aprendizado e me proporcionou novas experiências. Também me ajudou a salvar umas plantas lá em casa com as práticas de ensino que foram passadas. ”, conta a jovem Tamara, apanhadora de flor e quilombola da comunidade de Raiz, localizada no município de Juscelino Kubitschek.

Mirian Nogueira, jovem agrônoma que participou de turmas anteriores do curso e que hoje contribui na equipe do PFJ, acredita que o processo de formação da juventude estimula o protagonismo e a participação efetiva nos espaços coletivos, “A partir do momento que eles participam desse processo de formação eles conseguem se identificar dentro da comunidade, se envolvem, passam a entender o todo, a ter um olhar diferente para lugar onde vivem.”, afirma.

O Programa de Formação do jovem está na sua 8ª turma e realizou no fim do mês de fevereiro o módulo com foco nos direitos de Povos e Comunidades Tradicionais e identidade. A atividade aconteceu na Área de Experimentação e Formação Agroecológica e contou com apresentação de atividades, reflexões sobre a discussão de agroecologia e direitos, cuidado animal e práticas culturais.


Postado por: Indinayara Francielle Batista Gouveia