Povos e Comunidades Tradicionais do Norte de Minas se reúnem para discutir estratégias de convivência com os efeitos das mudanças climáticas
Povos e Comunidades Tradicionais do Norte de Minas se reúnem para discutir estratégias de convivência com os efeitos das mudanças climáticas

Povos e Comunidades Tradicionais do Norte de Minas se reúnem para discutir estratégias de convivência com os efeitos das mudanças climáticas

Por Paula Lanza Barbosa
Editado por Paula Lanza Barbosa

Publicado em 27 de Setembro de 2018 às 16:29

Discutir estratégias e propor caminhos para as formas de convivência dos povos indígenas, comunidades quilombolas e comunidades tradicionais do Norte de Minas com as mudanças climáticas foi o que motivou a realização de um seminário na Área de Experimentação e Formação em Agroecologia (AEFA) do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), nos dias 18 e 19 de setembro. Trazendo como pano de fundo a questão da alteração do clima, o encontro também teve como objetivo discutir coletivamente o planejamento da AEFA e dialogar sobre as ações do CAA/NM nos territórios de atuação.

“O encontro surgiu de uma necessidade enxergada pelo quadro de associados/as do CAA/NM, formado por representantes de povos e comunidades tradicionais, durante a última Assembleia Geral, no sentido de orientar e qualificar os trabalhos”, explicou Joeliza Brito, diretora secretária do CAA/NM. “A partilha do que a gente vem fazendo foi muito positiva, pois nos apontou vários caminhos a serem tomados”, acrescentou.

Assim, cerca de 20 sócios e sócias do CAA/NM participaram de um debate sobre aquecimento global e visitaram as unidades pedagógicas da AEFA – que incluem a fábrica de polpas, quintal com frutíferas e avicultura, agrofloresta, espaço da roça e hortaliças, viveiro de mudas, suinocultura, casa de sementes (germoplasma) e sistema de água de reuso ou água cinza.

Desde fevereiro de 2017, os técnicos Gilberto Pereira e Daniel Costa vêm trabalhando juntos em reestruturações na AEFA. Portanto, a ideia foi apresentar as melhorias realizadas e incluir os associados e associadas no planejamento das ações. “Nós identificamos potenciais capazes de gerar conhecimento para nós, agricultores familiares, e para o público externo, por meio de visitas de instituições de ensino e elaboração de materiais didáticos”, comentou o coordenador da AEFA, Gilberto Pereira. “Ao mesmo tempo, geramos produção, por exemplo, com o sistema agroflorestal, em que aproveitamos a poda para adubação verde e lenha, e os frutos para a fábrica de polpas, cujo descarte é destinado à alimentação animal”, completou.

Multiplicação do conhecimento

Após a visita foram formados grupos de trabalho por núcleo territorial para refletir sobre o que foi visto e como multiplicar as práticas agroecológicas e as tecnologias sociais de convivência com o Semiárido, como forma de mitigar os efeitos das mudanças do clima.

“Durante a caminhada e escutando os companheiros mais veteranos, vimos muitas experiências interessantes que podem ser replicadas nas nossas aldeias, fortalecendo o nosso conhecimento acerca da agricultura alternativa”, declarou o sócio Hilário Xakriabá, liderança da Aldeia Barreiro Preto (Terra Indígena Xakriabá - MG).

De todas as experiências vivenciadas, a que mais encantou o grupo foi o sistema de água cinza, em que a água utilizada na cozinha e banheiros da AEFA são filtradas e limpas para reutilização. “Ao invés de desperdiçarmos essa água ou contaminar os rios, podemos utilizá-la para irrigar a produção e gerar alimentos”, comentou Antônia Antunes da Silva, sócia do CAA/NM e liderança da comunidade de Malhada Grande, no Quilombo do Gurutuba (Catuti - MG).

Ao final, a assessoria jurídica do CAA/NM, na pessoa do advogado André Alves de Souza, apresentou o Marco Legal das Associações, além de definir orientações para inclusões e desligamentos do quadro de associados/as com base no estatuto da entidade.

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