Publicado em 23 de Janeiro de 2017 às 08:42
Quilombolas e Comunidades Tradicionais de 10 estados do Cerrado brasileiro estarão reunidos durante os dias 23 e 29 de janeiro em Montes Claros, Minas Gerais. O encontro acontece devido à oficina de elaboração de projetos focalizada pelo fundo DGM/FIP/Brasil, linha de apoio a iniciativas de conservação ambiental de Povos do Cerrado. No Brasil, este fundo é gerenciado pelo Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas.
As oficinas de elaboração dos projetos acontecerão durante sete dias, durante os quais os participantes selecionados no edital irão detalhar melhor seus projetos, trabalhando componentes como objetivos e justificativas, além de ações para monitoramento, avaliação e comunicação. As iniciativas contempladas terão, dependo de sua janela temática, o prazo de até 12 ou 24 meses para desenvolverem suas ações. Tendo em vista que os orçamentos dos projetos serão revistos durante a oficina, o valor total do apoio do primeiro edital DGM Brasil poderá chegar a até R$ 7 milhões. Nesta primeira oficina em Montes Claros, participarão as iniciativas quilombolas e de comunidades tradicionais. A participação das propostas indígenas está agendada para a oficina que será realizada em Cuiabá, Mato Grosso, entre os dias 11 e 17 de fevereiro.
Existente em 14 países do Hemisfério Sul, o DGM Brasil é uma iniciativa estabelecida no âmbito do FIP/Fundo de Investimento Florestal, com a finalidade de conceder subsídios para Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais para iniciativas de redução do desmatamento e da degradação florestal. No Brasil, sua Agência Executora Nacional é o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), organização sem fins lucrativos que há mais de 30 anos trabalha pela conservação da sociobiodiversidade junto a Povos e Comunidades Tradicionais norte mineiros. Seu Comitê Gestor Nacional é formado por lideranças de Povos Tradicionais com reconhecida atuação no Cerrado brasileiro, além de representantes do governo federal.
O objetivo do DGM Brasil é apoiar projetos de gestão de recursos naturais, respostas a ameaças nos territórios e acesso a mercados, que serão desenvolvidos por Povos Tradicionais com atuação no Cerrado. Em seu primeiro edital, a iniciativa apoiou 41 projetos de indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais dos estados de Goiás, São Paulo, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Piauí, e Distrito Federal. Inscritos por representantes de associações comunitárias e/ou organizações não governamentais, estes projetos recebem, agora, orientação para a elaboração de suas atividades.
Cada vez mais, vem-se comprovando o papel das populações tradicionais na conservação dos sistemas ambientais. Um estudo do World Resources Institute publicado em outubro de 2016 concluiu que, de 2000 a 2012, as taxas anuais de desmatamento em áreas florestais indígenas no Brasil foram 2,5 vezes menores do que fora desses territórios. Isto comprova que as iniciativas socioambientais tem tido êxito ao combater a degradação ambiental e mudanças climáticas. A atuação no Cerrado brasileiro se justifica pela necessidade de preservação do bioma, considerado hoje o mais ameaçado no Brasil. O Relatório Planeta Vivo 2016, divulgado internacionalmente pelo WWF, destaca o Cerrado como um epicentro da perda acelerada de biodiversidade no mundo.
Para mais informações, visite o site do DGM Brasil: www.dgmbrasil.org.br
O quê: oficina reúne Povos do Cerrado em elaboração de iniciativas socioambientais a serem desenvolvidas no bioma
Quando: de 23 a 29 de janeiro de 2017
Onde: Montes Claros, Minas Gerais
Por quê: a oficina faz parte do DGM Brasil, linha de apoio a Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais brasileiros, que destina, em seu primeiro edital, até R$ 7 milhões para iniciativas de gestão de recursos naturais, acesso a mercados e respostas a ameaças territoriais. Presente em 14 países do hemisfério Sul, o DGM é apoiado pelo FIP/Fundo de Investimento Florestal e, no Brasil, sua Agência Executora Nacional é o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), organização de agroecologia e defesa de direitos de povos e comunidades tradicionais. A iniciativa, inédita no Brasil, consolida a importância do papel dos Povos Tradicionais para a conservação ambiental e combate às mudanças climáticas.
Postado por: Cibelih Hespanhol Torres
Editado por: Cibelih Hespanhol Torres