Publicado em 16 de Novembro de 2015 às 16:19
O Seminário “Cooperação Internacional: Desafios Locais e Globais” uniu cerca de 30 participantes, entre parceiros nacionais e internacionais do CAA/NM, em dois dias de conversas sobre a conjuntura política atual e as perspectivas da cooperação internacional em países emergentes. Para Leninha Alves de Sousa, coordenadora política do CAA/NM, o momento foi importante para levantar diálogos. “Nos últimos anos, saímos dessa condição de “obediência”, vamos dizer assim, para um espaço maior de diálogo e acordos. Mudamos nossa posição, daqueles que atendem e obedecem para aqueles que reagem. Também acumulamos muita coisa importante, que pode servir para iluminar a ação da cooperação em outros países”.
Hans Ullrich Ide, da organização alemã Heks, que há anos executa projetos de apoio no Norte de Minas através do CAA/NM, concordou com a necessidade de diálogo entre parceiros: “Só funciona desta forma. Tendo este diálogo, conseguimos dar visibilidade à experiência, dar mais impactos e justificar os motivos para continuar a trabalhar no Brasil”. Hoje, a colaboração internacional é questionada sobre a necessidade de continuar sua atuação em países que alavancaram avanços sociais nos últimos anos. Silvio Caccia Bava, do Instituto Pólis, lembrou o histórico deste quadro atual: “a América Latina surge como único continente que, nos últimos quinze anos, conseguiu reduzir a pobreza e desigualdade, embora tenha um dos maiores índices do mundo. Esta redução tem a ver com processos políticos que mobilizaram a sociedade e elegeram novos modelos”. Ainda assim, a cooperação entende que sua presença é importante para garantir a continuação deste processo, principalmente em regiões estratégicas como o Norte de Minas Gerais.
Durante os dias do seminário, os parceiros também puderam visitar a sede do CAA/NM no Solar dos Sertões, celebrando esta parceria que garante trabalhos e conquistas para a região onde atua o Centro de Agricultura Alternativa. Hoje, o CAA/NM executa nove projetos apoiados internacionalmente, desde iniciativas voltadas para a formação da infância e juventude sobre temas como agroecologia, economia solidária e identidade cultural, até projetos de fortalecimento dos povos tradicionais do Cerrado frente às mudanças climáticas.
Postado por: Indinayara Francielle Batista Gouveia
Editado por: Cibelih Hespanhol Torres