A oficina iniciou-se com uma análise de conjuntura onde os participantes foram convidados a pensar sobre o semiárido, espaço de atuação da comunicação da ASA, sua diversidade cultural, ambiental e social. Decanor Nunes, da coordenação executiva da ASA/MG chamou atenção para o entendimento de que a comunicação necessita entender os aspectos políticos que rondam essa diversidade. Segundo o coordenador, a sistematização deve ser feita como ação política, mostrando o belo, mas também o conflito, a falta de acesso às políticas públicas e os desafios dos agricultores.
Catarina de Angola, da Assessoria de Comunicação da ASA Brasil – ASACOM participou da Oficina e buscou motivar os comunicadores(as) a refletirem o sentido e objetivo da sistematização. “A sistematização tem como foco os agricultores e deve ser construída com eles, com o objetivo de fortalecer as histórias, dar visibilidade aos conflitos e memórias dos agricultores e agricultoras”, reforça.
Com o objetivo de praticar a metodologia da sistematização de experiências proposta, os participantes visitaram cinco famílias/grupos das comunidades de Caldeirão e Pasmadinho no município de Itinga/MG. Dona Julia de Oliveira, guardiã da tradição religiosa e dos valores da comunidade de Caldeirão; o Banco de sementes na casa de senhor Valteir Soares Antunes; o grupo Gold Padre Mário Uzan que trabalha com Economia Popular Solidária, composto pelas mulheres Marília Antunes, Ismênia da Silva, Eni da Silva, Cássia Mauta, Sirlene Antunes, Maria Elza, Nilza Esperança, Marly Gomes, Maria Antônia Pinheiro, Maria de Fatima Mauta, Monica Dutra Ana Rita Gusmão que produzem artesanato, fabricação de bolos, biscoitos, doces e geleias; a casa de farinha da agricultora Maria Dilma Gonçalves e do agricultor Meral Soares e por fim Dona Dagmar, artesã de panelas de barro. Os participantes se dividiram e realizaram na prática a sistematização das experiências. Esse foi um momento em que o diálogo com os animadores(as) e técnicos foi ampliado e a importância da comunicação foi compreendida. Segundo Maricélia Costa Pacheco, animadora social - P1MC da Cáritas Diocesana de Januária a participação na oficina trouxe um grande aprendizado. “Aprendi sobre a ASA e o papel do comunicador popular na rede. Aprendi como sistematizar vivendo a experiência onde por fim percebi a importância do coletivo, da união e do animador. Além de aprender a olhar sobre o lado belo e desafiador de um grupo, de um movimento ou de uma família", relata. A experiência prática mostrou que o diálogo entre a comunicação e os animadores(as) é fundamental para o processo de sistematização de experiências, pois enriquece a visão, já que o animador(a) conhece bem o território de atuação.
A oficina encerrou com uma reflexão sobre a importância de fortalecer as estratégias de comunicação da ASA/MG e o papel da comunicação na convivência com o semiárido.