No dia 13 de maio, foi realizado o Seminário Bacia do Rio Pardo no Sindicato de Trabalhadores Rurais de Rio Pardo de Minas, Norte de Minas Gerais. O encontro, nomeado “Não deixe o Rio Pardo morrer”, reuniu movimentos e entidades na análise de contexto e realidade do rio, além de levantamento de ações para sua revitalização.

Segundo dos seminários já realizados dentro da articulação Minas-Bahia, o encontro procurou aprimorar as estratégias do estado mineiro. Os participantes assistiram ao documentário “Rio Pardo: um rio marcado para morrer”, de Jorge Melquisedeque, que nos anos 90 já denunciava os impactos da política desenvolvimentista na região, trazendo nas falas das comunidades ribeirinhas a dor sentida por aqueles que vivem das águas do rio.

Após esta contextualização, grupos de trabalho divididos entre representantes do poder público, meio acadêmico, agricultores e organizações se dedicaram a debater situação das microbacias, propondo possíveis articulações. Eliseu José de Oliveira, geraizeiro e diretor do CAA/NM, pontuou que estratégias de revitalização significam também “mudar a forma que nós temos de relação com o rio”, compreendendo novos meios de convivência e reconhecendo o papel das comunidades para sua preservação.

Moises Dias de Oliveira, geraizeiro do STR Rio Pardo, lembrou a importância da retomada de territórios tradicionais neste contexto: “A gente compõe a rede sociotécnica que vem animando os processos de recuperação de microbacias com fundamento na autoafirmação identitária e recuperação territorial. E nestas ações, a água tem sido elemento principal de motivação e tomada de consciência das famílias de que precisam controlar seu território para garantir o modo tradicional de uso e ocupação daquele espaço, que ao longo de anos garantiu a perenidade de seus cursos d’água”.

As articulações dos grupos envolvidos no seminário serão desenvolvidas nos próximos meses, em ações de sensibilização e envolvimento. O próximo encontro será realizado em outubro, em Montezuma, Minas Gerais, onde nasce o Rio Pardo.