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Gestão de projetos dos povos do Cerrado

Publicado em 19 de Outubro de 2018 às 12:13

Gestão de projetos dos povos do Cerrado

De 24 de setembro a 04 de outubro, representantes de 27 subprojetos apoiados no primeiro edital do DGM Brasil estiveram em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, a fim de se habilitarem para a utilização do SIGCAA. Trata-se de um sistema de gestão de projetos elaborado pela equipe do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), agência executora nacional da iniciativa.

Essa ferramenta foi criada para facilitar o acompanhamento das atividades realizadas tanto pelo projeto DGM Brasil como um todo, quanto pelos 64 subprojetos de povos indígenas, comunidades quilombolas e comunidades tradicionais distribuídos pelo Cerrado brasileiro, e para a quantificação e qualificação dos resultados.

“A princípio tínhamos pensado em contratar uma empresa na área da Tecnologia da Informação para desenvolver esse sistema, no entanto, todas as propostas tinham um valor muito alto”, conta Cláudia Calório, consultora especializada em gestão socioambiental e gestão de projetos. “Portanto, optamos por aproveitar o sistema já utilizado pela agência executora nacional do DGM Brasil, o SIGCAA, e reformulá-lo para a utilização pelos subprojetos”, acrescenta.

O sistema existente era utilizado de forma off-line, na área de trabalho do computador. “Visto que o DGM Brasil atua junto a iniciativas espalhadas por todo o Cerrado brasileiro, optou-se por migrar o SIGCAA para a plataforma web, que necessita apenas de um acesso a internet e um navegador compatível”, relata Artur Fernandes, técnico do CAA/NM. A ferramenta poderá ser utilizada pelos demais projetos da agência executora, bem como por projetos externos que manifestarem interesse pela tecnologia. “O sistema é adaptável segundo as necessidades de cada projeto e pode ser operado em qualquer idioma”, acrescenta o técnico.

A cada ação realizada em campo, os coordenadores das iniciativas devem fazer o acompanhamento da atividade, que nada mais é do que um relatório descritivo acompanhado de fotos, vídeos, listas de presença, entre outros. “Por meio de uma metodologia pré-definida pela equipe-chave do DGM Brasil, o sistema faz esse registro e mostra, de maneira visual e analítica, qual o desenvolvimento do projeto”, explica Artur Fernandes. Além do acompanhamento rotineiro ao longo da execução do projeto, é gerado também um relatório, a cada seis meses, que é alimentado automaticamente a partir dos acompanhamentos realizados de forma periódica.

Conheça mais sobre o SIGCAA:

Capacitação

No intuito de capacitar povos indígenas, comunidades quilombolas e comunidades tradicionais para utilização do sistema de gestão de projetos, o SIGCAA, o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), agência executora nacional do DGM Brasil, recebeu os representantes dos subprojetos aprovados no primeiro edital, em sua sede em Montes Claros (MG). De 24 de setembro a 04 de outubro, os grupos tiveram a oportunidade de aprender a praticar o manuseio da ferramenta, bem como realizar adequações em suas propostas.

Srewe Xerente, representante da União Indígena Xerente (UNIX), proponente do Projeto Rowê, em Tocantínia (TO), e coordenador do Comitê Gestor Nacional do DGM Brasil, avaliou a atividade de forma positiva: “A equipe que está nos acompanhando é muito bem qualificada e nos instruiu bastante como caminhar com os nossos projetos, com as prestações de contas, então acredito que a agência executora nacional está fazendo um grande trabalho, para que o DGM Brasil possa de fato concretizar os projetos de povos indígenas, comunidades quilombolas e comunidades tradicionais no âmbito do Cerrado”.

Elizete Carvalho, da comunidade de Fecho de Pasto de Clemente, em Correntina (BA), representante do subprojeto Guardiões do Cerrado em Pé, ponderou: “Nascemos aprendendo com nossos pais e avós a cuidar da natureza, mas não aprendemos a mexer com burocracia, com internet, com algumas ferramentas que podem facilitar o nosso trabalho. Na minha avaliação, essa é uma atividade muito importante, porque na medida em que vamos praticando, vamos nos familiarizando e facilitando o nosso trabalho, então coisas que pareciam impossíveis ou muito difíceis, se tornam muito mais fáceis e isso potencializa a execução do projeto na prática”.

Tércio Jacques Fehlauer, assessor técnico da Associação da Comunidade Negra Rural de São Miguel, Maracaju (MS), também partilha dessa mesma visão: “A oficina foi providencial, muito importante pra gente entender bem o sistema de acompanhamento e tirar todas as dúvidas em relação ao projeto. Isso nos dá segurança e autonomia para ir tomando as iniciativas, pois a gente fica sabendo direitinho como está o andamento do projeto, então a gente vai com bastante entusiasmo passar isso pra comunidade, para o projeto poder atingir seus objetivos”.

No próximo mês, de 5 a 11 de novembro, representantes de 14 subprojetos participam da segunda rodada de oficinas, a ser realizada também em Montes Claros, município sede do CAA/NM.

 

 


Postado por: Paula Lanza Barbosa
Editado por: Paula Lanza Barbosa