Publicado em 24 de Junho de 2015 às 18:03
Construir espaços de formação que contemplem e dialoguem com as agri-culturas e lutas dos povos e comunidades tradicionais são objetivos do Programa de Formação de Jovens do CAA/NM e Parceiros. A 6ª Turma, que envolve 40 jovens do Norte de Minas e do sudoeste da Bahia, iniciou-se no mês de fevereiro, no Assentamento Tapera. Agroecologia, Economia Solidária e Identidade são alguns dos temas debatidos com as Juventudesque integram o curso. Jovens dos diferentes povos e comunidades tradicionais refletem sobre práticas agroecológicas, o contexto histórico em que vivem e os problemas socioambientais que enfrentam.
Como forma de inspirar os(as) jovens, os(as) moradores da Tapera os(as) receberam contando a história das lutas sociopolíticas da comunidade para garantir o direito à terra. Segundo Elisângela Ribeiro de Aquino, diretora da Associação da Tapera “é muito importante socializar nossas histórias, é como se estivéssemos repassando vidas”, afirmou.
Um jovem quilombola – que não quis se identificar – afirmou que pretende fazer a transição agroecológica da produção de sua família, que hoje utiliza muito agrotóxico. Para além desta mudança, relatou ainda as condições de trabalho que enfrenta em uma fazenda de banana ao aplicar agrotóxicos no bananal. “Lá não usamos equipamentos de proteção, só recebemos uma máscara. Mesmo assim fui ofendido, fui atingido, sofri muitas tonturas, perdi a força do corpo”. Esse jovem está participando do curso porque entendeu que nas trocas de experiências e saberes é possível se fortalecer para conduzir processos que contribuam na sua própria comunidade.
Economia solidária e camponesa:O segundo módulo ocorreu no Assentamento Americana, no município de Grão Mogol e teve como tema Economia Solidária e Camponesa. Foi um momento importante, que buscou valorizar os circuitos econômicos comunitários, a produção agroecoló- gica e a segurança alimentar, convidando os(as) jovens a refletirem sobre uma economia alicerçada em outros princípios. Maria Aparecida Batista Lima, quilombolade Brejo dos Crioulos, acredita que os novos conhecimentos e a troca de experiências serão muito importantes: “Aprender sobre a agroecologia e também sobre os empreendimentos pode ajudar a pensar alternativas para mim e outros jovens ficar no território”.
Postado por: Helen Dayane Rodrigues Santa Rosa
Editado por: Helen Dayane Rodrigues Santa Rosa