Recebemos com profunda tristeza a notícia que nossa querida Maria de Jesus Bringelo, a Dona Dijé, aos 70 anos fez a passagem para outra esfera do universo. Dona Dijé sempre foi uma lutadora das causas das comunidades quilombolas, povos indígenas e comunidades tradicionais e parceira da Articulação Rosalino Gomes de Povos e Comunidades Tradicionais do Norte de Minas Gerais e do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas  (CAA/NM). Uma mulher negra, mãe, avó, quebradeira de coco-babaçu, deixa um legado de honra e companheirismo. Por onde andou semeou esperança, sabedoria e soube fazer suas escolhas, apontando caminhos de que é possível sim, construir uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. 

Nas palavras de sr. Braulino Caetano dos Santos, diretor do CAA/NM, ela foi uma “grande companheira nas caminhadas e lutas. Para mim ela não morreu. Ela é uma semente que foi semeada para gerar muitos frutos para os nossos territórios”. Eles estiveram juntos nesse plano na última reunião do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), que também foi a posse desse tão importante conselho, em tempos tão nebulosos. Dona Dijé sempre nos encorajou a seguir lutando e acreditando que o dia que nossos territórios serão livres, chegará. 

Enlutados com esse acontecimento deixamos aqui o nosso carinho à família, amigos e amigas. Seguiremos certos de que a caminhada dessa guerreira não foi em vão, seus exemplos seguirão conosco nos fortalecendo e encorajando. Dona Dijé segue agora seus processos de articulações em outras esferas. Estamos certos de que está nos olhando, abençoando, cuidando, orientando. A mãe palmeira viverá sempre nos nossos corações e memórias. Dona Dijé, sempre estará presente, presente, presente!