Publicado em 30 de Janeiro de 2018 às 07:11
Os processos de formação incluídos nos programas de acesso a agua fazem parte da estratégia de convivência com o semiárido
A convivência com o semiárido é uma realidade que vem sendo garantida com as estratégias de armazenamento de água de chuva, como é o exemplo de programas executados pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). Em terras mineiras, na área que faz parte do semiárido legal, a ASA vem executando ações no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha.
Para as famílias, o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) facilita o acesso à água para o consumo, por sua vez, o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), além do acesso ao consumo de água para as pessoas, garante água para o cuidado com as plantações e cuidado animal, em períodos de fortes secas.
Linda dos Santos, do Assentamento Califórnia, Norte de Minas, conta que a falta de chuva dificulta a vida na região: “Acaba mudando muita coisa, as coisas que plantam não vigam, muita coisa se perde. Tudo com a chuva você tem, se tem chuva tem água no rio, se não chove não tem.”.
Para Gienica Pereira, de Vila Sudário, a cisterna surge como alternativa para lidar com a pouca chuva: “Aqui nós temos muita dificuldade ao acesso a água porque a bomba fica queimando direto e nós sofremos, porque temos que nos deslocar para outros lugares para pegar água e tem hora que a gente não tem condições.”.
Além de ser uma estratégia de convivência com o semiárido, o P1MC tem etapas de formação que são as oficinas de Gerenciamento em Recursos Hídricos (GRH), com a participação de agricultores e agricultoras atendidos pelo Programa, discutindo e planejando as ações, experiências e práticas de convivência com o semiárido existentes nas comunidades e que possam ser adotadas pelas famílias no enfrentamento às mudanças climáticas.
Allisson Fonseca, agrônomo e colaborador do CAA-NM, explica que o GRH é um importante espaço de formação, que além de possibilitar trocas, é também político. “Além de discutir a questão da convivência e do manejo do solo de captação de água, a gente discute as questões dos direitos das comunidades”, explica.
O agricultor Odete Correia de Oliveira achou importante participar do curso e levantou a importância de estratégias de convivência com o semiárido. “A cisterna é uma coisa boa demais e se a gente não tem um depósito desse, a gente não tem como guardar água.”, ressaltou.
Gienica levantou a importância de conhecer as maneiras de cuidar da água. Para ela, além de ser um cuidado com a saúde, também representa o cuidado com o ambiente. “Eu aprendi muito, muitas coisas que falaram aqui e eu não sabia. É bom para colocar em prática e passar para outras pessoas.", concluiu.
Postado por: Indinayara Francielle Batista Gouveia
Editado por: Paula Lanza Barbosa