Ana Maria Rocha - Comunicadora Popular ASA - STR Porteirinha
Erikson Jardim - Comunicador Popular - Cáritas Baixo Jequitinhonha
O I Encontro de Agrobiodiversidade do Semiárido Mineiro iniciou ontem (9) com as caravanas agroecológicas preparatórias para o III Encontro Nacional de Agroecologia. Ao todo foram 12 caravanas de diferentes regiões do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. O evento que reúne 600 participantes dentre guardiões e guardiãs da agrobiodiversidade, povos e comunidades tradicionais, pesquisadores de instituições federais de ensino e pesquisa e organizações de assessoria, termina na próxima sexta-feira (11).
De acordo com Nilton Fábio, um dos coordenadores do evento, as caravanas têm como objetivo dar visibilidade às experiências agroecológicas e mostrar sua importância para os territórios. “Através da troca de experiências e intercâmbios, os agricultores e agricultoras fortalecem a construção da rede de guardiões da agrobiodiversidade, e eles percebem que são os mesmo entraves que impedem o fortalecimento das iniciativas agroecológicas”, ressalta.
Uma das caravanas que saiu do Baixo Jequitinhonha realizou o intercâmbio no Assentamento Americana, município de Grão Mogol. Os Guardiões da agrobiodiversidade Cristovino Ferreira e Aparecido Alves, enfatizaram os impactos que as mudanças climáticas causam na região “a agroecologia é uma estratégia para se adaptar às mudanças climáticas, pois ela resgata as sementes adaptadas à região e favorece a diversidade”.
O manejo da matéria orgânica e a preocupação com o ambiente (natural ou cultivado) surpreenderam os visitantes. Osvaldina Fernandes destaca a importância do intercâmbio para a lida no campo “depois desta experiência eu nunca mais ranco um pé de árvore e ponho uma isca de fogo”. O quilombola João Marcos Pereira da Silva que mora no quilombo Brejo dos Crioulos e recebeu a caravana vinda do território Xakriabá relata que “Aprendemos muito com a experiência Xakriabá, temos desafios e características em comum, vamos nos organizar melhor para conquistar os nossos direitos”,
Rumo ao I Encontro da Agrobiodiversidade, todos saíram animados com a certeza de que a convivência com o semiárido é possível, ao praticar uma agricultura que respeite e dialogue com a natureza.