Entre os dias 27 de agosto e 04 de setembro, o técnico do CAA/NM Manoel Barbosa conduziu uma capacitação sobre construção de cisternas de placa para captação de água da chuva para consumo humano, na cidade de Pespire, em Honduras (América Central). Com a missão de repassar os conhecimentos que a entidade adquiriu ao longo dos anos, junto à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), com a construção de tecnologias de aproveitamento de água de chuva, foram apresentadas tecnologias sociais de convivência com a seca, cartilha de construção, além de atividades práticas.

Dentre as atividades foram realizadas capacitações de pedreiros para construção de cisterna de placa com capacidade para 16 mil litros para consumo humano (oficina prática), Gestão de Recursos Hídricos (GRH) sobre qual tipo de água de chuva captar; armazenamento de água de chuva; tratamento da água de chuva e conservação e manutenção da cisterna, além do plano de execução do projeto de cisternas (gestão física, financeira, trabalho em rede e avaliação).

“Agradeço o apoio de sempre dos brasileiros ao povo latino-americano, nesta ocasião representado pelo Manoel, por meio do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas e a Articulação Semiárido Brasileiro, para poder apoiar e compartilhar a sua vasta experiência sobre o tema dos recursos hídricos. Para nós de Honduras foi um momento de muita valia e aprendizagem”, avaliou Edwin Adalberto Escoto.

A atividade reuniu 21 jovens entre 16 e 24 anos, sendo representantes das seguintes instituições: Simiente, Grupo Guia, ACESH, Vecinos Honduras, Adepes e Cosecha. “Manoel, agradeço muito pela facilitação desse momento que, para nós, é de grande importância, uma vez que um dos objetivos das organizações é mudar o olhar dos jovens do campo, pois estamos convivendo com uma juventude que se sente muito desvalorizada por ser campesina”, declarou Katty Sànchez Zelaya. “O exemplo que você veio nos deixar é de muito profissionalismo e de espírito de superação, e um exemplo para nós por trabalhar, por tratar com ferramentas e métodos de trabalho que são ideais para os jovens poderem iniciar a mudança no campo", acrescentou.

Manoel evidencia a importância do evento e fala sobre as necessidades do povo hondurenho. “Foi um momento único poder repassar o que consegui aprender nesses quase seis anos de CAA, poder vivenciar outra cultura com hábitos e costumes tão diferentes, mas com anseios bem parecidos, com desejo de mudança, desejo por direitos iguais, desejo de luta, desejo de aprendizado, desejo de vida. Em Honduras tem uma população bem carente que necessita muito de formação e de tecnologias de convivência. Tenho certeza que, por meio do curso, conseguimos plantar aquela sementinha da esperança em muitos que não têm muita perspectiva de um amanhã melhor. Agradeço ao CAA e colegas de serviço pelo apoio oferecido para que eu pudesse realizar esta experiência incrível”, declarou.

Assim teve início o trabalho em rede junto às instituições participantes, com apoio do CAA/NM e da ASA.