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Agroecologia como forma de permanência no campo

Publicado em 3 de Novembro de 2016 às 17:25

Agroecologia como forma de permanência no campo

Por: = Marta Grave, Samuel Caetano e Fernanda Santos

O Encontro “Diálogos: Juventudes e Agroecologia” aconteceu em Recife entre os dias 26 e 28 de outubro de 2016, com o objetivo de promover a troca de experiências entre as juventudes camponesas, identificando como a agroecologia pode contribuir para a sua permanência no campo. A ideia de realizar este encontro surgiu de um processo de articulação já antigo – experiências como os Encontros Nacionais de Agroecologia, a Cúpula dos Povos e as Caravanas Agroecológicas da ANA demonstraram a necessidade de valorizar a participação da juventude e incentivar o seu protagonismo na construção da agroecologia. Para tanto, o diálogo foi o caminho escolhido, com representações de jovens de quase todos os Estados do Brasil.

Para perceber em quais aspetos a agroecologia contribui com a permanência da juventude no campo é essencial compreender também o que a atrai ou repulsa do meio rural. No Encontro, foram apresentados os resultados das pesquisas de diagnóstico realizadas pelo CTA e pelo Polo da Borborema, que contribuíram para subsidiar o debate coletivo em torno do tema. Dificuldades de acesso à terra, desemprego e desigualdade de gênero são alguns dos fatores que contribuem para a saída dos/as jovens; já a educação contextualizada e a participação em movimentos sociais contribuem para ampliar as possibilidades de permanência das juventudes.

O contexto político vivenciado atualmente no Brasil, marcado por profundos retrocessos, influencia diretamente a vida dos/as jovens. Entender a conjuntura é essencial para pensar ações práticas. A análise de contexto foi orientada pela Professora Elisa Guaraná, que ressaltou o processo de articulação da elite agrária com o capital financeiro e o desmonte de políticas públicas fundamentais para a vivência e permanência das juventudes no campo, principalmente ao nível da reforma agrária e regularização fundiária e da educação contextualizada.

O segundo dia de Diálogos foi marcado por debates temáticos – os/as jovens se organizaram em rodas de conversa, para debater temas importantes para o seu cotidiano e organização, tais como povos tradicionais; produção e comercialização agroecológica; feminismo e comunicação. Após as reflexões coletivas, o grupo participou de uma vivência pedagógica, que contemplou a visita aos museus “Cais do Sertão” e “Paço do Frevo”. No final do dia, a partir do Marco Zero, a juventude ocupou as ruas do centro de Recife e, ao som de palavras de ordem e do batuque do maracatu, dialogou com a população sobre o processo de retirada de direitos em curso no Brasil. Apesar dos diversos sotaques, a palavra de ordem foi unânime: Fora Temer!

Os Diálogos resultaram em boas reflexões, partilhas e encaminhamentos. Para consolidar o protagonismo dos/as jovens na construção da agroecologia, foi pautada a criação de um GT (Grupo de Trabalho) de juventudes na ANA, com representação regional. Além disso, os/as jovens debateram também estratégias para consolidar sua organização na base. Representando o CAA-NM, participaram duas jovens da turma do Programa de Formação e a equipe técnica. Para Fernanda Mendes, jovem da região do Alto Rio Pardo, o Encontro “contribui para um contato coletivo de forças e experiências das diversas juventudes do Brasil, que têm seus projetos de luta por uma nova vivência, a agroecologia. Os resultados de um encontro como esse são sempre positivos, pela união das juventudes, reafirmação das propostas de lutas, esperança nas utopias, debates e troca de saberes! Estes espaços fomentam nossa organização e nos tornam protagonistas para lutar por uma agroecologia que dê certo”.

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Postado por: Indinayara Francielle Batista Gouveia
Editado por: Indinayara Francielle Batista Gouveia