Publicado em 24 de Março de 2025 às 16:37
O campo produz, alimenta e alegra a agricultora Geraizeira. Vamos conhecer um pouco da beleza, riqueza e diversidade alimentar do quintal de Dona Didi.
Dona Didi em sua casa, sendo entrevistada. (Foto: Valdir Dias)
A associada do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), Jesuilda Celeste, carinhosamente conhecida como Didi, Geraizeira, moradora do Assentamento Tapera, município de Riacho dos Machados – MG, tem em sua propriedade, um verdadeiro pomar e um exemplo concreto de sistema agroecológico. Sua casa é rodeada de plantações de milho, feijão, umbu e diversas frutas e, sua vida é repleta de alegria e amor à agricultura familiar. A produção é feita sem uso de agrotóxico, utilizando adubos orgânicos produzidos pelos próprios animais de criação, como esteco de gado e galinhas, isso garante mais qualidade e alimentação saudável. Da mesma forma, as plantações são advindas de sementes crioulas, cultivadas e guardadas, há muito anos atrás, pelos seus pais e avós. Essas sementes garantem uma melhor produção, uma vez que, estando numa região semiáriada, elas adabptam e resistem ao clima, assim como proporcinam maior variedade de espécie. Em sua roça, Dona Didi, cultiva, por exemplo, o milho de paiol, da variedade catete e feijão de corda, que são espécies que adaptaram bem em seu quintal, esses que servem para o consumo familiar, alimentação dos animais e venda na comunidade.
Imagens da produção de milho e o feijão preto para feijoada, secado no terreiro, batido com cambão e penerairado na peneira. (Fotos: Valdir Dias)
No quintal, também encontramos plantas medicinais, árvores nativas preservadas e frutos, esses que fortalecem à conservação da natureza e geração de renda. Em apenas um ano, ela colheu mais de uma tonelada de umbu e cerca 800kg de acerola. Parte desses frutos são entregues à Cooperativa Grande Sertão, onde são beneficiados para produção de popas e comercializados.
Produção de umbu e suco dos umbus colhidos. (Fotos: Valdir Dias)
Mesmo diante de um trabalho árduo e cheio de desafios, a felicidade, dedicação e amor à vida camponesa de Dona Didi, inspira e nos mostra a certeza de que é possível viver no campo, produzir alimento de "verdade", ou seja, de qualidade e saudável e, ter uma vida digna, além de notarmos que a conexão da agrobiodiversidade com a natureza, feita pelos Povos Tradicionais, é o caminho para conservação da vida do planeta e futuras gerações.
A seguir, assista ao documentário e veja todo este contexto vivido e apresentado, com muito carinho e sabedoria, por Didi:
Postado por: Valdir Dias da Silva
Editado por: Valdir Dias da Silva