Na última sexta-feira (31), técnicos e técnicas do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas – CAA/NM se reuniram para compartilhar experiências e discutir questões relativas ao trabalho da instituição com práticas agroecológicas nos territórios em que atuam. A reunião, realizada mensalmente, debateu o tema “homeopatia e a produção de biofertilizantes” com os participantes reunidos na Área de Experimentação e Formação em Agroecologia – AEFA, contando com momentos práticos e teóricos.

Alinhar o conhecimento técnico ao tradicional é uma ação importante para o CAA/NM. Aline Silva, colaboradora, explica que os espaços de formação contribuem para a socialização das ações de campo e para experiência dos colaboradores em cada território, tanto no trabalho com a produção, como também nas temáticas de água e território: “Quando a gente discute um tema na formação, a gente discute os vários contextos que temos trabalhado. É um processo continuado de aprendizado na medida em que o técnico vai e volta do campo.”, explica.

Honório Dourado, colaborador do CAA/NM e responsável por conduzir o momento, explica que a homeopatia é uma forma agroecológica que não deixa resíduos, não causando danos ao meio ambiente: "Homeopatia é um produto que era um remédio físico. Ao dinamizar, você transforma em um produto sem princípio ativo e com informação". O técnico ainda explica que o processo homeopático consiste em promover a cura a partir da própria doença, reforçando a ideia de que “semelhante cura semelhante”. A homeopatia pode ser usada tanto para o cuidado com a plantação, quanto para o cuidado do ser humano e de animais. Por ser um produto natural, seu uso não causa intoxicação.

A colaboradora Anna Crystina conta que participar de momentos de formação como esse contribui para que os técnicos se empoderem e discutam as práticas nas comunidades, "Um espaço em que a gente possa entender um pouco mais e se aprofundar sobre a homeopatia e outras formas de trabalhar as práticas agroecológicas no campo é extremamente importante".

Para José Neto, apesar de não contribuir diretamente em projetos de produção agroecológica, o espaço ajuda na interação dos colaboradores com a comunidade: "Eu contribuo em um projeto voltado para criança e adolescente na zona rural, mas a gente interage com as famílias desse público e com a comunidade em geral. Então com essas capacitações a gente consegue levar para nossas oficinas diárias e para os outros  projetos possibilidades de intervenção.", explica.

Durante a formação, os colaboradores se dividiram para entender na prática a produção homeopática, aproveitando o espaço da AEFA para recolher pragas e produzir biofertilizantes.