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CAA/NM dá prosseguimento à restauração do Solar dos Sertões

Publicado em 2 de Dezembro de 2016 às 11:13

CAA/NM dá prosseguimento à restauração do Solar dos Sertões

Em novembro deste ano, o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM) deu início a mais uma etapa de restauração do Solar dos Sertões. Antigo Solar dos Oliveiras, o casarão localizado na Praça da Matriz foi construído em 1856 pelo capitão José Rodrigues Prates, e abrigou na década de 20 o jornal Gazeta da cidade. Desde que adquiriu o imóvel, em 2007, o CAA/NM tem se empenhado em preservar a construção colonial, tombada pelo patrimônio histórico no Decreto n°1761 de 28 de setembro 1999. A obra iniciada neste ano é a quinta etapa de restauração, e corresponde a cerca de 80% do projeto arquitetônico.

“Ao adquirir o Solar, o CAA/NM teve como objetivo abrigar sua sede e dar visibilidade às populações tradicionais, como referência para a história e cultura de Montes Claros”, conta Thaís Luz, arquiteta responsável pelo projeto de restauração do Solar dos Sertões. “A intenção do projeto é estimular na população montesclarense o gosto pela preservação da cidade”. O projeto de restauração, elaborado por Thaís Luz e Lizandro Franco, especialista em conservação e restauração de monumentos arquiteotônicos e conjuntos históricos, foi aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Artístico e Cultural de Montes Claros (COMPHAC) em novembro de 2007.

Hoje, quem passeia pelo Solar com um olhar cuidadoso aos seus detalhes, encontra vestígios que contam a história do casarão e sua ocupação: azulejos hidráulicos, pinturas e revestimentos preservados da construção original do século XIX ou das interferências pelas quais a construção passou ao longo do tempo. “Patrimônio histórico é a referência da memória de uma cidade, do sítio urbanístico existente e que foi sendo construído à medida em que a cidade foi se formando”, reforça Thaís. O projeto de restauração conduzido pelo CAA/NM prezou por manter os sistemas construtivos do Solar dos Sertões à mostra, evidenciando as paredes de adobe e tijolo queimado, edificadas em épocas distintas, e o teto sem forro que deixa à mostra a estrutura de madeira. Os recursos para a quinta etapa do projeto, que se dedica à renovação da parte posterior do Solar, vem da parceria com a Fundação Banco do Brasil. Esta obra irá renovar e criar uma estrutura de banheiros, copa e cozinha, com o intuito de manter a referência à identidade e memória do patrimônio e, ainda, promover o acesso ao Empório dos Sertões, onde vem se consolidando como espaço de valorização das agriculturas e culturas das comunidades sertanejas.

 

Detalhes mantidos pela restauração contam a história do Solar

 

E, assim, uma outra história também vai sendo contada: a história viva das tradições e manifestações culturais resistentes dos povos norte mineiros. É a história tocada nos tambores, cantada nas rodas, celebrada nos produtos sertanejos da agricultura familiar aos quais a população de Montes Claros tem acesso durante as Festas de Agosto e Feiras Agroecológicas do Solar dos Sertões, que se firma cada vez mais como espaço cultural da cidade. “O projeto de restauração do Solar dialoga com a agenda cultural de Montes Claros. E, à medida em que vamos avançando na restauração, vamos abrindo este Solar como espaço para artistas, encontros, debates e promoção da agricultura familiar regional”, sustenta Anildes Lopes, coordenadora do projeto de restauração do Solar dos Sertões.

As Feiras Agroecológicas acontecem mensalmente no espaço do Empório dos Sertões, abrindo as portas para que a população possa disfrutar dos produtos da agricultura familiar, Almoço Agroecológico com pratos típicos e shows de artistas da cidade. Assim, patrimônio histórico de Montes Claros e patrimônio imaterial cultural dos povos norte mineiros vão mantendo viva a história dos Geraes – onde a agricultura é resistência de sistemas produtivos ancestrais agroecológicos e saudáveis, e as festas são encontros de afirmação identitária, união e celebração da cultura popular.

 

Anildes Lopes e Thaís Luz, da equipe de restauração do Solar dos Sertões

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Postado por: Cibelih Hespanhol Torres
Editado por: Cibelih Hespanhol Torres